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Mostrando postagens de setembro, 2025

Visita à 36ª Bienal de São Paulo

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Fui à 36ª Bienal de São Paulo , intitulada "Nem Todo Viandante Anda Estradas da Humanidade como Prática". Com 125 artistas participantes , é impossível, em uma única visita, ter a dimensão completa dessa exposição de arte contemporânea. A grandeza do evento impressiona: muitas obras foram comissionadas , ou seja, criadas exclusivamente para essa edição , tornando a Bienal uma experiência única. Algumas dessas criações vão existir apenas durante esse período, enquanto outras seguirão para outras exposições pelo mundo. Você sabia que a Bienal de São Paulo é a maior do mundo , superando até mesmo a de Veneza? É um orgulho para o Brasil sediar um evento tão representativo, que uni diferentes países e culturas, colocando São Paulo no centro do diálogo mundial da arte. Este ano, por  decisão dos curadores, as obras não estavam identificadas com os nomes de seus autores ou títulos. Essa escolha provocou muita conversa durante a visita. Poucos visitantes gostaram do desafio de obse...

Uma Tarde na Bienal Com Meus Netos

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Ontem fui com meus netos à Bienal de 2025, que está acontecendo no Parque do Ibirapuera,  e tivemos uma tarde deliciosa, cheia de cultura, diversão e recordações. Enquanto caminhávamos pelos três andares do pavilhão, lembrei da Bienal de 2023, quando fui com um dos meus netos, e da alegria de ter, mais uma vez, a mesma mediadora, a Yurungai —  uma pessoa encantadora, com um jeito especial de falar com as crianças, tornando tudo leve e divertido. Com os pequenos, a visita foi na medida certa: cerca de uma hora, uma hora e quinze no máximo. Criança se encanta, mas também se cansa rápido...ou talvez nós, os adultos, é que cansamos primeiro! Depois da mediação, ainda demos uma volta em um veículo elétrico de passeio , guiado , que circula pelo parque. Foi uma festa: eles correram atrás do carrinho, riram muito e gastaram bastante energia. Quando chegamos em casa, cada um escolheu sua obra favorita e demos nomes a elas . Assim, ficaram definidas as três que mais marcaram nossa v...

Setembro Negro — Uma Noite de Literatura e Emoção

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Sempre as noites de literatura na Livraria da Travessa são ricas. Esse livro emocionou a todos, porque quem não se identifica com algum pedacinho dele, com momentos da infância descritos por Veronesi na personagem de Gigio? O Título Setembro Negro faz referência ao atentado nas Olímpiadas de Munique, em 5 de setembro de 1972, e tamém simboliza os acontecimentos dolorosos que abalam a vida de Gigio e sua família naquele mesmo mês. A história se passa na Toscana, em 1972, e é narrada por Gigio já adulto, relembrando aquele verão marcante aos 12 anos. Essa narrativa traz uma atmosfera nostálgica, permeada por descobertas, amizade, amor e a perda da inocência. Veronesi conduz a trama com delicadeza, criando cenas cheias de sensações — cheiros, cores, sons — que fazem o leitor se sentir parte daquele cenário. É uma escrita envolvente e quase cinematográfica. Como a personagem era um menino, os homens, dessa vez, foram os grandes protagonistas dos comentários e das discussões divergentes. Is...

Performance Fotográfica, Imagem e Texto

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Que alegria encontrar Cláudia Andujar nesse capítulo! Já fui a duas exposições dela — uma no Inhotim, com uma instalação emocionante, e outra no Itaú Cultural, só com fotos incríveis.  Cláudia nasceu na Suíça, mas chegou ao Brasil ainda jovem, fugindo dos horrores da Segunda Guerra. Perdeu o pai no Holocausto. Nos anos 70, dedicou sua vida à fotografia dos povos Yanomami — que vivem na floresta amazônica entre os estados de Roraima e Amazonas, e também na Venezuela — e à defesa dos seus direitos. Suas imagens  misturam o documental com o modo de viver dos Yanomami: seus corpos, rituais, casas, festas e doenças. São imagens de resistência, respeito e profunda humanidade. Aos 94 anos, continua sendo um exemplo de longevidade e força através da arte. O capítulo mostra como, nas décadas de 1970 e 80, muitas artistas do mundo todo transformaram dor em criação.  Inspirada pelo feminismo, pela luta antirracista e pelos movimentos sociais, utilizaram a arte como denúncia e trans...

Encanto dos Ipês

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Existem terapias que a gente faz  sem pagar  nada, mas que lembram aquelas pelas quais um dia já pagamos. No método Aqui e Agora (uma prática de atenção plena, conhecida como mindfulness ), aprendemos a caminhar devagar, observando tudo ao redor: os prédios, as plantas, as cores, os sons. Sem perceber, comecei a praticar isso nesta primavera em São Paulo. E foi assim que notei como os ipês estão lindos! Tem amarelinho, tem cor-de-rosa, tem branquinho. Só não vi os roxinhos ainda. Quem sabe, até o fim dessa postagem, eu encontre um. Os ipês florescem entre o final do  inverno e o início da primavera , cada cor em seu momento: Ipê-roxo : Entre maio e agosto Ipê-amarelo : Entre  julho e setembro. Ipê-rosa:  Entre agosto e outubro. Ipê-branco: Entre agosto e outubro  Cada árvore fica florida por sete a quinze dias, até que as flores caem, cobrindo o chão como um tapete colorido que encanta a cidade. O ipê amarelo foi oficializado, em 1992 como Árvore Nacio...

Jersey Boys no Teatro em São Paulo

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Domingo, às 15h30, deixou a minha tarde muito mais prazerosa. Como é bom ir ao teatro aos domingos. Como é bom assistir a um musical emocionante!  Foi exatamente isso que vivi com Jersey Boys , um espetáculo cheio de energia, com músicas que embalaram gerações e interpretações arrebatadoras. Que alegria ver artistas com vozes maravilhosas dando vida à história de Frankie Valli e da banda The Four Seasson. Se tiver oportunidade, não perca! O espetáculo fica em cartaz até 28 de setembro , no 033 Rooftop. O musical vai além das músicas conhecidas — ele mostra os bastidores, as dificuldades, os conflitos internos da banda e a força de Frankie Valli para seguir adiante, mesmo quando tudo parecia ruir. Aliás, o retrato que fazem dele é bem sincero: talentoso, carismático, mas também vaidoso, impulsivo e cheio de contradições. Me chamou atenção como enfrentou perdas financeiras e teve o apoio de Bob Gaudio, compositor e parceiro fiel, que dividiu com ele até as dívidas — uma amizade rar...

UM MOMENTO DE PRAZER E HONRA

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Na viagem que fiz recentemente ao Peru, conheci a Carol , uma escritora de livros infantis. Juntas, vivemos experiências marcantes. Uma delas foi a trilha até a nascente , no alto de uma montanha do Vale Sagrado , entre Cusco e Machu Picchu. No dia anterior, já havíamos feito um passeio intenso por Machu Picchu, então estávamos cansadas. Mesmo assim, queríamos muito chegar ao fim da trilha e decidimos encarar o desafio. Durante o percurso, nossas companheiras de viagem foram parando pelo caminho, pois o trajeto era árduo. Aos poucos, ficou apenas eu e a Carol. Ela, mais jovem, me incentivou e me ajudou a seguir firme até o final, onde conseguimos avistar a nascente. Foi um momento especial, de satisfação por ter chegado ao ponto final e vivido mais uma aventura marcante . Carol lançou, em 2024, o livro Quando Me Perdi no Deserto , uma história delicada sobre lidar com os desafios da infância, mostrando como a amizade e o respeito fazem a diferença. Por isso, tenho a alegria de compa...

"Explorando a Arte de Claudia Andujar"

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Publicado em 07/05/2024 Visitar o Itaú Cultural com meus amigos é sempre uma experiência incrível. D esta vez, ficamos maravilhados com a exposição de Claudia Andujar. Ela trouxe uma nova visão sobre a arte ao retratar os povos indígenas, especialmente os rituais  Yanomami e  Xikrim, com sensibilidade e profundidade. Ao entrar na exposição, percebemos que Andujar vai além da fotografia tradicional. Suas imagens são verdadeiras obras de arte, criadas com técnicas refinadas, como granulação, gelatina com lâmina e papel de alta gramatura. Ela também usou uma  câmara de infravermelho para obter resultados únicos. O mediador, Joelson Oliveira, foi fundamental para nos guiar a nos ajudar a entender a maioria das obras. Além de admirar as fotos, mergulhamos na biografia de Andujar e descobrimos sua história de superação, marcada por traumas vividos  na Hungria durante a Segunda Guerra Mundial. Sua dedicação aos povos indígenas brasileiros é inspiradora e nos deu uma nova vi...

#TBT | INSTITUTO INHOTIM - EIXO ROSA

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Publicado em 13/12/2013 Tudo é maravilhoso! É o maior museu a céu aberto do mundo. É cansativo, mas encanta por sua beleza. O caminho rosa possui três rotas do carrinho de Golfe, indico porque o carrinho vai passando de tempos em tempos, e você vai curtindo as áreas verdes. Tem diversas obras ao ar livre, muitas galerias e destaques botânicos incríveis . Invenção da cor- 1977-  (Penetrável Magic Square), de Helio Oiticica, (BRA). Esta obra o artista não executou em vida, construída postumamente, as instruções de realização foram minuciosamente anotadas por ele em textos, plantas, desenhos técnicos, diagramas, maquetes e amostras. Galeria Claudia Andujar, inaugurada em 2015, nomeada pelos indígenas Yanomami, de casa de terra, em referência ao revestimento de tijolos. Localiza-se em uma encosta densamente arborizada, com acesso por trilha em meio a vegetação. Abaixo, fotografias  de Claudia Andujar, suíça, radicada no Brasil.  Fotos que contam a história do seu envolvimento...

Almoço de Sábado no Almeida

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Aquela feijoada em cumbuquinha, como antigamente, em Santos desde 1932. Bem, eu não era nascida...rsrsrs.  Sempre peço a feijoada e escolho só as carnes que gosto —  costelinha, paio e linguiça.  A meia porção serve dois com folga, porque ainda vem outra cumbuquinha só de feijão. A rroz, couve coberta com fatias de bacon bem sequinhas, laranja e farinha completam o prato. O Almeida é um clássico da cidade.  Funcionava 24 horas e foi reduto de artistas, boêmios, políticos... e até dirigentes do Santos Futebol Clube e do Porto. Entre suas mesas, muitas histórias e decisões importantes nasceram.                      A sobremesa ficou para depois, no shopping. A Dengo Chocolates abriu a primeira loja em Santos, e resistir é quase impossível. Os chocolates vêm em lascas cheias de combinações, e o café expresso degustação chega acompanhado de três chocolatinhos. "Não existe amor mais sincero do que o amor pelo chocolat...

Três Vidas e Muitas Leituras

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O livro Três Vidas, de Gertrude Stein, traz a trajetória de três mulheres simples no início do século XX: Anna, Melanctha e Lena. Cada uma com sua própria luta, refletindo a condição feminina em uma época de poucas escolhas. Anna é empregada doméstica, forte e trabalhadora, mas passa a vida cuidando dos outros e esquece de si mesma. Sua dedicação não lhe traz felicidade. Lena, quieta e sem ambição, casa-se sem vontade e vive uma existência apagada, sem jamais tomar as rédeas de sua vida. Já Melanctha é intensa e cheia de desejos: busca amor e compreensão, mas se perde em relações complicadas, vivendo uma montanha-russa de emoções. A escrita de Stein é diferente: repete frases e acompanha de perto o que as personagens pensam e sentem. Fala de solidão, destino e das dificuldades de ser mulher em um tempo de poucas escolhas. Gertrude Stein era judia e viveu em Paris, onde sua casa reunia artistas como Picasso, Hemingway e Fitzgerald. M orreu em 1946, aos 72 anos. E eu, que li o livro para...