Performance Fotográfica, Imagem e Texto

Que alegria encontrar Cláudia Andujar nesse capítulo! Já fui a duas exposições dela — uma no Inhotim, com uma instalação emocionante, e outra no Itaú Cultural, só com fotos incríveis. 

Cláudia nasceu na Suíça, mas chegou ao Brasil ainda jovem, fugindo dos horrores da Segunda Guerra. Perdeu o pai no Holocausto. Nos anos 70, dedicou sua vida à fotografia dos povos Yanomami — que vivem na floresta amazônica entre os estados de Roraima e Amazonas, e também na Venezuela — e à defesa dos seus direitos. Suas imagens misturam o documental com o modo de viver dos Yanomami: seus corpos, rituais, casas, festas e doenças. São imagens de resistência, respeito e profunda humanidade. Aos 94 anos, continua sendo um exemplo de longevidade e força através da arte.

O capítulo mostra como, nas décadas de 1970 e 80, muitas artistas do mundo todo transformaram dor em criação. Inspirada pelo feminismo, pela luta antirracista e pelos movimentos sociais, utilizaram a arte como denúncia e transformação: performance, fotografias, cartazes com frases provocadoras e ações no espaço público. Abordaram temas como o consumismo, a desigualdade, a epidemia do HIV, a guerra, a violência de gênero e a vivência da mulher negra e marginalizada.

Misturando imagem, palavra e corpo, essas obras são ao mesmo tempo políticas e sensíveis. Foi um capítulo forte, mas também cheio de descobertas. E ver uma artista brasileira entre tantas mulheres do mundo todo me deu orgulho.




Rodapé informativo

Este texto faz parte do clube de leitura baseado no livro História da Arte sem os Homens, de Katy Hessel. As leituras são mediadas pelo historiador Wladimir Wagner. 


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