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Meio século depois: a primeira turma da FAMECA

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"Sintam-se abraçados... Este beijo é para todo o mundo."  Neste fim de semana vivi uma experiência muito especial. Acompanhei meu marido na comemoração dos 50 anos da primeira turma da Faculdade de Medicina de Catanduva (FAMECA). Estar ali, ao lado dele, e encontrar pessoas que dedicaram a vida aos estudos, ao trabalho e ao cuidado com o outro foi emocionante. São trajetórias construídas com esforço e propósito, e rever essa turma tão unida reforçou o quanto essa história continua viva. O Almenat Embu das Artes, Tapestry Collection by Hilton, onde ficamos hospedados, ajudou a tornar tudo ainda mais agradável: muito verde ao redor, trilhas, lago, piscinas externas e aquecidas, academia, espaços tranquilos para descansar e bater muito papo. Os quartos eram amplos e silenciosos, com vista para a mata. No início achei que o atendimento pudesse ser um problema, porque havia poucos funcionários, mas logo percebi que todos eram extremamente gentis. Sempre que precisei — inclusive pa...

Parrillita Carnes y Algo Más — um pedacinho da Argentina no Cambuci

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Como é bom conhecer pessoas de diversas nacionalidades! Foi a Silvia, argentina, quem escolheu o Parrillita para homenagear seu país — e acertou em cheio. O restaurante é descrito pela Veja SP    como "um bar de alma argentina", um desses lugares informais dedicados ao churrasco que vêm conquistando São Paulo. Misto de boteco e parrilla, tem clima descontraído, cheirinho de brasa e conversas animadas. Fomos lá para um almoço delicioso , com três tipos de carne: costela (cortada de um jeito diferente do que estamos acostumados no Brasil), fraldinha e bife ancho  — todos no ponto certo. Antes, abrimos o apetite com as saltenhas, empanadas argentinas que ganham um espaço especial no forno para ficarem curadas e levemente queimadas — esse "aspecto de queimadinho" é justamente o que lhes dá sabor e charme. De sobremesa, as irresistíveis panquecas de doce de leite com açúcar maçaricado , um clássico argentino que dispensa apresentações. O ambiente é charmoso e aleg...

Tarsila, Anita e Frida: Mulheres que Mudaram a Arte

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Que pena... ainda dá tempo! Passou o capítulo da arte brasileira e mexicana, e eu não compartilhei com vocês. Que delícia ver nomes tão próximos da gente: Tarsila do Amaral, Anita Malfatti e Frida Kahlo! Anita e Tarsila tiveram um papel central no modernismo brasileiro  e integraram o famoso Grupo dos Cinco , ao lado de Mário e Oswald de Andrade e Menotti Del Picchia. Foi entre 1917 e 1922, período em que o modernismo realmente ganhou força no Brasil, que elas ajudaram a construir uma arte com identidade própria.   Jovens, ousadas e curiosas, estudaram fora do Brasil e voltaram cheias de ideias. Misturaram influências estrangeiras com o nosso jeito de ser e ajudaram a criar uma arte que é, de fato, brasileira. Tarsila , que dizia querer "ser a pintora da sua terra", cumpriu o que prometeu. R etratou paisagens tropicais, personagens populares e cenas urbanas e rurais com cores vivas, formas distorcidas e um toque de humor. Sua fase  Pau-Brasil,  e depois a fase...

Explorando o Complexo Cidade Matarazzo

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Eu e a Flávia fomos à Casa Bradesco da Criatividade , no Complexo Cidade Matarazzo , para visitar a exposição — e aproveitamos a tarde para conhecer também um pouco mais do complexo e seus arredores. Logo na chegada, o ambiente já chama atenção. Mesmo com algumas áreas ainda em obras, os caminhos são agradáveis e bem cuidados, com muito verde, canteiros floridos e pequenos detalhes que tornam o passeio gostoso.  O contraste entre os prédios antigos e as novas construções cria um cenário bonito e diferente — um convite a caminhar e apreciar. A Igrejinha de Santa Luzia, de 1922, é pequena e simples. Fazia parte do antigo Hospital Humberto I, mais conhecido como Hospital Matarazzo , construído pela comunidade italiana. O restauro manteve sua simplicidade original, e ela se encaixa com naturalidade no conjunto renovado do complexo.  Mais adiante, passamos pelo corredor das oliveiras centenárias, um caminho arborizado e tranquilo que leva até o restaurante Taraz, do chefe Felipe...

Com a Autora do Prêmio Jabuti: Micheliny Verunschk no Paineiras

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Um romance baseado em fatos reais deu  à escritora pernambucana Micheliny Verunschk o Prêmio Jabuti na categoria Romance Literário. A obra conta a trajetória de duas crianças indígenas levadas da Amazônia para a Europa, no início do século XIX,  pelos naturalistas Spix e Martius. Depois de uma longa viagem, que passou por Lisboa e terminou em Munique , na Alemanha, o menino sobreviveu cerca de seis meses e a menina viveu aproximadamente um ano.  Essas crianças receberam os nomes de Iñe-e e Juri , dados pelos próprios exploradores. No livro, Micheliny refaz essa história com sensibilidade, dando vida a algo que o tempo quase apagou. Tive a alegria de participar, pelo terceiro ano seguido , do encontro de fim de ano do Clube de Leitura do Paineiras . O grupo tem quatro mediadoras queridas, e fui convidada pela Zelita , que sempre conduz tudo com entusiasmo e carinho. É um evento que amo, porque sempre traz boas conversas e novas oportunidades. Durante o encont...

As Mulheres da Brewster Place

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Comecei a ler  As Mulheres de Brewster Place  com grande expectativa. À medida que a leitura se aprofundava, passando pelas histórias de cada mulher, encontrei muito mais do que esperava.  O romance reúne as trajetórias de mulheres negras que vivem em um conjunto habitacional marcado pela pobreza, pela solidão e pelo preconceito, mas também pela amizade, pelo humor e pela força. A primeira mulher, Mattie Michael , sofre com o abandono do filho e, a partir de sua dor, se torna o elo que fortalece as demais.  Ao se doar, descobre que é possível ajudar sem se perder — que cuidar do outro é essencial, é primordial, é cuidar de si. A escritora Gloria Naylor, nascida em Nova Iorque em 1950, filha de pais migrantes do sul dos Estados Unidos, retratou com sensibilidade e realismo as dores e resistências da vida negra americana, especialmente das mulheres. As Mulheres de Brewster Place, seu primeiro romance, publicado em 1982, recebeu o National Book Award e consagrou-a com...

Halloween no Maison Classic

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O Halloween — ou Dia das Bruxas— chegou mais uma vez ao meu prédio. No Maison Classic, essa já é uma tradição de muitos anos. Todo 31 de outubro, o clima muda um pouco: o hall principal parece mais festivo, os elevadores exibem convites coloridos anunciando a festa, e o rosto da criançada ganha um ar de expectativa. A síndica, sempre animada, escolhe quem vai organizar o evento do ano. E, aos poucos, cada andar entra no clima. Portas decoradas, potes de doces à espera e crianças contando os dias. Meus netinhos começam a perguntar com semanas de antecedência se vai ter festa de Halloween. A criançada já se agita, enquanto os adultos — fingindo coragem — confessam um medinho das pequenas travessuras que rondam pelos andares. No grande dia, as crianças circulam de andar em andar, batendo às portas e pedindo docinhos. Entre doces e travessuras, tudo vira alegria — uma brincadeira que aproxima os  vizinhos e transforma o cotidiano em convivência. O encanto vence o medo, e cada sorriso v...