Orbital, de Samantha Harvey
Um dia no espaço e uma conversa em família
Comecei a ler Orbital por um compromisso pessoal: acompanhar o grupo de leitura e as escolhas sempre desafiadoras dos mediadores. No início, achei um livro difícil — silencioso, cheio de pausas e pensamentos. Mas logo percebi que ele não fala apenas do espaço. Fala da vida, do tempo e das emoções humanas.
A história se passa em apenas 24 horas, tempo em que a estação espacial completa 16 voltas ao redor do planeta. Dentro dela, seis astronautas convivem enquanto o planeta surge e desaparece pela janela — e cada um vive algo íntimo: Chie lida com o luto da mãe, Shaun sente a distância da família, Pietro teme a doença, Neil pensa no irmão doente, Anton traz humor e leveza, e Roman mantém a calma e o silêncio.
Enquanto eles observam o planeta lá de cima, eu, aqui embaixo, seguia meus próprios movimentos — entre lembranças, afetos, pequenas discordâncias e muitas inquietações.
No domingo, almoçando em família, contei sobre o livro — e foi um sucesso! Os mais velhos lembraram da chegada do homem à Lua e das imagens que nunca esqueceram. Outros comentaram sobre a coragem e o isolamento dos astronautas. E a netinha caçula, curiosa, quis saber como era "ir ao banheiro flutuando" e se o cheiro lá dentro era mesmo ruim!
Foi bom ver como um livro tão diferente conseguiu virar conversa leve e divertida.
"Ler é viajar sem sair do lugar." — Aristóteles
- Clube de Leitura da Livraria da Travessa
- Shopping Iguatemi São Paulo
- Mediação: Peterson
- Livro: Orbital
- de Samantha Harvey
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