Eva Jospin — Re-Selvagem: Natureza Inventada

Passei uma tarde deliciosa na Casa Bradesco, dentro do Complexo Cidade Matarazzo, em São Paulo. O espaço, que mistura arte, história e natureza, está ainda mais bonito depois da restauração. 

Eu já tinha estado ali quando o prédio ainda era o antigo Hospital Matarazzo, antes da revitalização. O hospital estava fechado, com a construção envelhecida, mas ainda tinha charme. Lembro que cheguei a ver a última exposição naquele espaço — e, mesmo assim, já era bonito. Agora, restaurado e moderno, ficou ainda melhor.

Fui ver a exposição Re-Selvagem: Natureza Inventada, da artista francesa Eva Jospin. Ela transforma papelão em florestas e paisagens feitas à mão, criando mundos inteiros com um material simples, mas cheio de beleza.

Nesta mostra, o grande destaque é o Chambre de Soie (Quarto de Seda), uma obra monumental que me deixou maravilhada — uma experiência imersiva em que natureza, arte e artesanato se completam. Diferente de suas esculturas em papelão, essa tapeçaria é inteiramente bordada à mão, com 400 tonalidades de fios de seda, cânhamo, linho e algodão. Com mais de 3 metros de altura e 106 metros de comprimento, foi desenhada por Eva e realizada por 300 mulheres artesãs na Índia, que trabalharam juntas durante quase um ano para criar esse trabalho incrível — concebido originalmente para um desfile da Dior. 

O resultado é de uma delicadeza e força impressionante. Fiquei abismada ao pensar no tempo, nas linhas e nas mãos que as criaram.

A mostra faz parte do Ano da França no Brasil e é uma prévia do projeto que Eva Jospin apresentará no Grand Palais, em Paris, no final de 2025.

"Penso que não há nada mais artístico do que amar verdadeiramente as pessoas." disse Vicente Van Gogh, certa vez, de sua visão sobre paixão.

• Eva Jospin — "Re-Selvagem: Natureza Inventada" em cartaz até 7 de dezembro
• Terça a domingo, das 12h às 20h
• Casa Bradesco, Complexo Cidade Matarazzo