Em Busca das Mulheres Artistas no MASP

Fui ao MASP com o grupo de leitura de artes em busca de obras de artistas mulheres. Mas a busca foi mais difícil do que esperávamos — e isso, por si só, já diz muito.

A primeira que encontramos foi das Guerrilla Girls, coletivo americano conhecido por usar máscaras de gorila e denunciar desigualdades no mundo da arte. A obra em exposição é um pôster gráfico — e não uma pintura — mas faz parte da coleção do MASP — Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand —, e está ao lado das demais.

As Guerrilla Girls são famosas pelos cartazes com dados e frases provocativas, mas também criam instalações, projeções e performances, sempre com crítica feminista e foco na representatividade. Em muitos museus, adaptam os pôsters ao público local. No MASP, o obra foi traduzido para o português, ampliando ainda mais o impacto da mensagem.

Um dado ali chama a atenção: na época da pesquisa, apenas 6% das obras exibidas eram de mulheres, enquanto 60% mostrava nus femininos. Desde os anos 1980, o grupo alerta sobre essa disparidade em instituições culturais no mundo todo. Hoje, seus trabalhos integram acervos de museus renomados, como o próprio MASP. 

As artistas mantêm o anonimato com máscaras — uma forma de se proteger e reforçar a ideia de força coletiva. Ao divulgar números como esses, provocam o público a pensar: quem é lembrada e quem é esquecida na história da arte?

Naquele dia, vimos apenas cinco trabalhos de artistas mulheres na exposição permanente: o primeiro das Guerrilla Girls, o segundo de Maria Martins, o terceiro de Tarsila do Amaral e os dois últimos de Anita Malfatti. São essas que aparecem no início do vídeo que acompanha essa postagem. As demais imagens foram feitas em outras visitas ao MASP.

A frase de Tarsila, "Quero ser a pintora do meu país", foi exibida no MoMA, em Nova York, como homenagem ao seu legado na arte latino-americana. Que mais mulheres possam ocupar esse lugar — nos museus, nas paredes e na história.









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