"TOC TOC": Uma comédia que Faz Rir e Refletir
Saí do teatro revoltada. Minha primeira impressão foi de que a peça tratava temas como manias e obsessões de forma banal. Conversando com as amigas que me acompanharam ao espetáculo e, depois, com outro grupo durante um almoço, novamente descobri que minhas primeiras impressões estavam totalmente equivocadas. Não precisou muito tempo para eu mudar de opinião.
Hoje, percebo que a montagem aborda de maneira sensível e bem humorada, um tema sério: o Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC), um problema que pode ser superado ou aceito. A peça apresenta seis personagens, cada um lidando com uma obsessão diferente, que se encontram na sala de espera de um consultório médico: mania de limpeza, fanatismo por simetria, medo de ter esquecido algo aberto, compulsão por repetição, incapacidade de parar de fazer contas, impulso de dizer palavrões de forma incontrolável. Todos, de certa forma, enfrentam o dilema de aceitar ou fugir da terapia em grupo para lidar com seus transtornos. Suas desculpas esfarrapadas me deixavam perplexa.
A comédia "TOC TOC", escrita pelo francês Laurent Baffie e adaptada para o Brasil, já foi assistida por mais de um milhão de pessoas no país, e não é à toa. Com um elenco talentoso - Danielle Winits, Claudia Ohana, André Gonçalves, Riba Carlovich, Maria Helena Chira, Miguel Menezzes e Carolina Stofella -, em que cada ator traz uma performance única.
Confesso que essa não é a primeira vez que mudo de opinião sobre um espetáculo ou livro depois de conversar com outras pessoas. Parece que também tenho minha mania - não sei se ela tem nome, mas resolvi chamá-la de "Neide Piccinini" (quem nunca, não é).
Deixo aqui minha dica: não percam a chance de assistir a essa comédia no Teatro Procópio Ferreira, em São Paulo, em cartaz até 16 de dezembro. Uma peça divertida, inteligente e, acima de tudo, humana.
"Não se acostume com o que não o faz feliz; revolte-se quando julgar necessário."- Clarice Lispector
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