MAM - MUSEU DE ARTE MODERNA DE SÃO PAULO E JARDIM DE ESCULTURAS

Naquele dia conturbado, com a greve do metrô de São Paulo, a nossa programação junto ao MAM prometia ser cancelada.

Não só nós, como toda a população, teríamos transtornos nos deslocamentos. O metrô interfere em todos os outros meios de transportes.

Ficamos felizes quando eu e Andrea conseguimos chegar no MAM e encontrar o educador Leonardo nos aguardando.

A exposição em cartaz "Ianelli 100 anos: o artista essencial", resgata a pesquisa de linhas, formas e cores do pintor. Com quase 100 trabalhos, desde pinturas acadêmicas, até sua imersão na abstração.

Foram seus filhos, Katia e Rubens,  que tiveram a ideia de fazer uma  exposição com as obras do pai, depois do seu falecimento. Queriam  reunir obras do atelier, que nunca foram expostas, vídeos do processo de pinturas do pai, além das que estavam em outras galerias e museus.

Ianelli inicia sua carreira com pinturas de observação e de paisagens, prática comum a muitos pintores. 

Tal como Volpi, muitos faziam parte do coletivo "Santa Helena". Passavam os finais de semana  no Alto do Tietê, especificamente em Mogi das Cruzes, para pintar as paisagens dos campos que apreciavam.

Os artistas tinham trabalhos "comuns" durante a semana. Porém, nos fins de semana, dedicavam-se à pintura, atividade que era levada muito a sério.

Com os ganhos do trabalho formal bancavam o fazer artístico.

Ianelli tinha, no entanto, uma boa estrutura econômica, possuía um complexo com 12 casinhas na Vila Mariana: um ateliê era moradia, outro ateliê era utilizado para pintura, outro, para desenho e  outro, uma mini galeria,  para expor suas obras aos galeristas e compradores.

Não gostava de participar de movimentos, fazia a arte sozinho e o que queria. Não se posicionava politicamente, a arte era pura, arte pela arte, a pintura não é um objeto narrativo. Dizia "pintura era pintura, narrativa era literatura".

O ápice de sua carreira foi em 1970, época da ditadura, quando conseguiu  adentrar em outros mercados.

Foi estudar na Europa, onde fazia suas pinturas num trailer, tendo adquirido uma intoxicação por causa da tinta.

Passou a utilizar a têmpera de ovo, pintura permanente e de secagem rápida. Depois, retornou ao uso da tinta a óleo, adotando uma técnica interessante, chamada "Técnica do Papelão": espalha-se a tinta num papelão, para absorver o óleo, depois, mistura-se essa tinta com agua raiz como solvente.

Foi convidado para fazer a fachada de um prédio na Avenida Faria Lima, empregando formas geométricas e tridimensionais. A partir desse momento, passa a pintar telas e executar esculturas, com os mesmos recursos inovadores.

Um artista que fez parte da história, mas ficou esquecido pelo mercado, já que, nessa época, a arte simbólica (movimento artístico - simbolismo) era mais valorizada, com uma vertente contestadora e com conceitos. 

Na sala vibrações, está a obra preferida do educador, uma tela em tons azuis, que não parece ser feita em material artístico comum; assemelha-se a um tapete, a um tecido de veludo.

Ao chegarmos próxima da obra, eu e Andrea concordamos, é a tela mais bonita da exposição. 

 Vista de uma vitrine da exposição: biblioteca, estante com pincéis e tintas, um     cavalete com obra do pintor e frases diversas, entre elas, "A ordem é o prazer     da  razão; a desordem é a delícia da imaginação" (Michelangelo).


   Katia e seus brinquedos - 1955


   Barcos à vela - 1957


   Composição em branco e azul - 1981


   Sem título - 2002


   Começa a pesquisar relevos concretos, estudando a rotação dos triângulos e         círculos até chegar nas esculturas.


Vitrine com experimentos voltados à produção de suas esculturas. Fazia primeiro um modelo de papel, depois partia para o papelão, uma folha de metal, a  madeira pintada, explorando possibilidades, com pequenas alterações.


   Sem título - 1990


   Sem título -1998

Sem título - dec. 2000 - tela que mais gostamos.

   Eu, Andrea, visitante e o educador Leonardo.

   -Abaixo obras do Jardim de Esculturas | MAM.

Frederico Filippi: Cobra Grande, o "correntão" é uma técnica de desmatamento para a abertura de grandes clareiras na floresta. Os elos são formados por barro, feitos de adobe, uma antiga técnica usada para construir casas no sertão brasileiro. Aqui no Jardim de esculturas do MAM - que é composto por esculturas no geral feitas em aço, pedra ou concreto -  confere situação crítica à perenidade do museu: a dissolução da obra é seu fim. 

   Franz Weissmann - 1911

   Nuno Ramos - 1960

   Período expositivo: até 14/05/2023.

   Minha sugestão: Agende visita com educador do próprio museu, vocês             realmente vão ficar encantados com a explanação.

  • Iracy Ferreira
  • agendamento para grupos
  • 55 11 5085 1313  
  • Nossa visita foi acompanhada  pelo excelente educador Leonardo Sassaki.

    Trabalho em conjunto

  • Neide: coordenação, texto e fotos
  • Andrea: revisão do texto               



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