MUSEU DE ARQUEOLOGIA E ETNIA - MAE USP
EXPOSIÇÃO : "Resistência já!" fortalecimento e união das culturas indígenas Kaingang, Guarani Nhandewa e Terena.
Visita técnica personalizada guiada por quatro educadores, graduados em arqueologia, historiador, historiador-informação e turismo.
Os educadores, Analú, Sheila, Rebeca e Jorge, conduziram-me à época do ensino médio, iniciando a mediação com uma "sabatina" sobre a produção histórica de seis peças. (vide fotos 1 e 2)
Confesso que passei de ano raspando. Metade das peças eram novas e as outras, antigas.
A exposição mostra a história e as tradições de três grupos indígenas, sediados no centro-oeste do Estado de São Paulo, tendo como lema o fortalecimento e união das suas culturas.
Estão expostos objetos, vestimentas e fotografias selecionadas e disponibilizadas pelos próprios indígenas, num processo conjunto com a curadoria do museu.
Dizer que só têm indígenas na Amazônia é extremamente arcaico. Há estudantes indígenas na USP, cursando pós-doutorado e estagiando no museu. Na Universidade Federal de Pernambuco, leciona um professor indígena.
Os Guaranis Nhandevas são contemporâneos e mais ligados à cultura, são os que mais lutam pela preservação da sua tradição.
Com um significado especial para a etnia Guarani Nhandewa, a Escola Indígena Aldeia Nimuendaju passou por uma grande reforma e atende 45 estudantes em salas multisseriadas. É considerada um marco para a comunidade, valorizando a cultura indígina.
A exposição conta com diversas peças doadas para o museu e feitas pelos alunos da escola Guarani Nhandewa.
A maior reserva indígena no Estado de São Paulo é a terra indígena Jaraguá, com cerca de 900 guaranis que não costumam receber visitas.
MAE é um museu universitário para pesquisas em parceria com as universidades; conta com mais de 1.000.000 de peças.
A arqueologia é uma disciplina que se ocupa da investigação dos indícios, ou vestígios, de civilizações e culturas passadas.
Fazendo parte da reserva técnica visitável, a última sala abriga uma coleção do Banco Santos, que ao falir entregou ao MAE, o cuidado pelas artes indígenas.
São lindíssimas e, em sua maioria, peças da cultura material Marajoara (c.V-XV), com registros arqueológicos encontrados numa grande área de estuário na Ilha de Marajó.
Com cuidados minuciosos do MAE, essas peças são protegidas por vitrines de vidro e infelizmente não podem ser fotografadas.
Objetos que fizeram parte da sabatina feita pelos educadores:
1- Cesto;
2- Machadinho com cabo, um enfeite;
3- Peça menor;
4- Pedra preta maior, alisada por anos, para conseguir a forma desejada. É uma lâmina de machadinho sem cabo porque foi deteriorada. Aproximadamente de 2.000 a 3.000 anos;
5- Fragmento da borda de um pote de tradição da etnia indígena Guarani. Objeto arqueológico importante para estudos de pesquisadores. Essa peça tem número (RG) por fazer parte da reserva técnica do museu;
6- Escultura de uma tartaruga da etnia Terena feita de cerâmica. (processo do barro bom para argila e na sequência cerâmica). É oca por conta da queima para ter escape e não estourar.
Os três primeiros itens são objetos étnicos, os itens 4 e 5 são objetos recuperados em escavações arqueológicas e o de número 6 é uma arte confeccionada pelos artesãos indígenas num ritual longo de moldagem e estética da etnia Terena.
As fotos abaixo mostram objetos e vestimentas tradicionais, selecionados pelos próprios indígenas.
O museu tem acessibilidade para cadeirantes e facilitadores com três QR Code em cada vitrine: um é vídeo em libras, o outro é audiodescrição (AD) e o terceiro é áudio contando sobre as peças. Além de plaquinhas com foto do objeto, o nome na língua indígena da etnia que se refere e a tradução na língua portuguesa.
PS: audiodescrição (AD) é um recurso que torna as exposições acessíveis para pessoas com deficiência visual por meio da tradução das imagens em palavras.
Trabalho em conjunto.
Neide: coordenação, texto e fotos,
Marisa: revisão do texto.
Agendamento para visita com educadores:
Cida - fone (11) 3091 4905
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